CONSERVAÇÃO

Por que somos importantes

A RPPN Campo Escoteiro Geraldo Hugo Nunes está localizada em uma área com presença de significativos fragmentos de Mata Atlântica, embora seu entorno imediato careça de cobertura vegetal representativa. Frente às áreas de assentamentos rurais e, embora categorizada de proteção integral, estas condições colocam a RPPN em situação de ameaças constantes que vão do pastoreio não autorizado de gado bovino, sobretudo de vizinhos imediatos, até à caça e ao extrativismo ilegal. Este último decorre principalmente de atividades relacionadas à coleta de recursos não madeireiros. Ressalta-se também, a presença nos terrenos vizinhos de canis, galinheiros e outras benfeitorias direcionadas à produção agropecuária pouco expressiva e à aquicultura destinada à produção semi-intensiva de peixes exóticos, que podem ameaçar a integridade da RPPN em tela, caso não haja uma manutenção preventiva das mesmas.

Esta reserva contém espécies nativas, endêmicas e raras, de potencial valor econômico, com algumas, incluídas em categorias de risco de extinção e outras que ainda não foram avaliadas no território nacional. Foram detectadas 17 espécies vegetais vasculares ameaçadas na RPPN, sendo duas, Mollinedia ovata da família Monimiaceae e Myrcia magnifolia da família Myrtaceae, como criticamente em perigo (CR), no estado do Rio de Janeiro e no território nacional, respectivamente.

Espécies exóticas como Artocarpus heterophyllus-jaqueira e Persea americana-abacateiro, trazem evidências de que os níveis de perturbação antrópica resultantes das medidas inadequadas de manejo aplicadas no passado têm afetado diretamente o processo de regeneração natural na área da RPPN.

Há registro de animais como cachorros domésticos (Canis familiaris), gatos domésticos (Felis catus), além de fezes de bovinos (Bos taurus) e equinos. Todos esses animais estão associados à presença do homem como agente transformador do ecossistema analisado. Destaca-se o registro do gastrópoda Achatina fulica (caramujo- africano), assim como do representante do gênero Callithrix-sagui; mico-estrela. Ambos merecem maior atenção e iniciativas para o combate e controle populacional da espécie.

Estes fatos são de suma importância, ao se considerar que, a área da RPPN constitui um fragmento 20,3 ha em situação parcial de isolamento, podendo influenciar o fluxo gênico das espécies de fauna e flora e encontra-se inserido em uma região como a mata atlântica, onde há interdependência entre as espécies com interações biológicas complexas (polinização, dispersão, predação, doenças). Se ocorrerem perdas em uma comunidade biótica ou o desaparecimento de uma planta ou animal as condições de existência de várias outras espécies ficarão comprometidas, sendo que, perdas de diversidade, assim como entre as árvores podem ser constatadas após longos períodos. A restauração e restabelecimento de florestas são possíveis, embora envolvam altos custos, além de condições prévias adequadas, tal como fonte de sementes e diversidade na paisagem circundante.

Documento da publicação sobre o Plano de Manejo:

Restauração

Os objetivos da Área de Recuperação são o controle e recuperação dos recursos naturais degradados e a redução dos impactos das atividades antrópicas, reduzindo o processo de degradação.

Corresponde às áreas que necessitam de recuperação ambiental ou estão em processo de reflorestamento ou enriquecimento florestal.

Compreende 1012,21 m² que correspondem à fronteira da RPPN com o Tunghat’s Resort/Canil (hotel para animais de estimação), onde é encontrada população da espécie exótica Artocarpus sp-jaqueira, área que precisa ser recomposta por tratar-se de uma área frágil e que protege o curso d’água (riacho) que corta a RPPN. Distância total: 20,48 pés (6,24 m) (Google Maps).

Ressalta-se que as espécies exóticas identificadas na área devem ser progressivamente removidas e a recuperação poderá ser natural ou induzida por meio de projeto específico, aprovado pelo INEA. Atividades Permitidas: de pesquisa científica, de proteção, de recuperação ambiental, educacional, interpretativa.

 

Educação

É notório o interesse por parte do proprietário em disseminar conhecimentos ambientais. A visitação com fins educacionais será um primeiro passo para dar início à abertura da RPPN para visitação que não será por demanda espontânea, mas selecionada, objetivando a preservação da área.

O turismo de estudos e intercâmbio (nomenclatura utilizada pelo Ministério do Turismo) é um segmento de turismo crescente em unidades de conservação públicas, haja vista, o Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Picinguaba, onde escolas e universidades buscam a UC para realizar estudos dos ecossistemas, comunidades e suas interfaces.

Escoteiros do Brasil - Educação e lazer para crianças e jovens